Sou doadora de órgãos
E se ao abrirem meu corpo nada encontrarem lá,
não se preocupem:
será a minha alma, a
minha poesia
que terá engolido todos os meus órgãos e
bebido todo o meu
sangue.
Mas, quando eu me for,
Procurem bem!
Sintam que há partes ali ainda vivas,
(pois o ser nunca se desconstitui!)
Há pedaços que podem ser “vistos” por quem
Sabe sentir!
Ademais,
Se perguntarem como eu consegui viver daquele jeito vazia,
Corrijam-nos por mim:
Digam a quem quiser que eu vivi da forma mais completa e
cheia possível
E aconselhem-nos a fazerem o mesmo.
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