Para Aline,



   Hoje eu me vi em você. Eu vi uma garota de 11 anos, cujos olhos brilham em cenas emocionantes de um filme lunático. Senti uma criança que se emociona com pequenas coisas e que se mantém firme na realidade. Fui capaz de ver-te chorando por brigas com irmã, mas maior que isso: vi o seu amor imenso, além de admiração. Vi seu orgulho por ela! Obrigada por me mostrar que eu existi, que meu eu de 11 viveu de forma melhor que imaginava, obrigada por mostrar que eu ainda tenho onze anos. Essa idade que eu tanto orgulhei de ter, melhores momentos, melhores pensamentos, alguns que até hoje me surpreendem quando lembrados. Há seis anos eu fui assim. Mesmo corpo, mesmo cabelo, mesmo sorriso e mesmos sentimentos. Ainda vivo aí: no brilho dos teus olhos; vi-me aí, refletida, refletindo. Vi que vivo por nós, por gente como a gente. Choramos nas mesmas partes do filme animado. Tentamos esconder os olhos vermelhos, - e olha só: confesso que você se saiu melhor que eu. Você mostrou alma sincera, me orgulhei de ti. Quero conviver contigo, conversar e lembrar o que fui e o que continuo sendo. Reafirmar todas as qualidades que sempre tive e admirei.
Quase sete anos nos separam, e sei que ainda nascem meninas como nós. Sei que no universo ainda tem pessoas como nós, que talvez só vão se encontrar quando crescerem; quando assistirem filmes animados desses que lembram Peter Pan, desses que nos fazem acreditar em fadas, em magias e em encantos. Esses que realmente mostram a vida como ela é. Mostram da melhor forma possível toda a magia que REALMENTE existe.
   Obrigada por ter olhos brilhantes, Aline.

Finalizo esta carta não com beijos e abraços, mas para manter o clichê falo do carinho e despeço com um gigante sorriso e com um piscar de olhos – cheios de lágrimas que querem cair por saberem sentir,
Aurora


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