Sentindo Realidades
Quis ser o infinito, quis sentir o universo,
Quis muito do que aguento.
Só pareci grande, só senti realidade
Só percebi o nanismo de uma gotinha.
A fragilidade de uma menina que nada tem
E o infinito não é nada quando você não tem nada.
Só percebi o nada no qual me envolvia.
Quis sentir o que possuía, quis brincar de telepatia e você
me mostrou a nossa dança que ninguém estava olhando. E eu me apresentei para
ninguém.
Sem plateia, sem visão.
Só chuva. Só água. Só imaginação.
Quis ser o infinito, mas não tenho nada.
O meu vazio explodiu!
Eu dancei no banho, no quarto, nua, na cama, no meio da
madrugada. Eu pintei a minha cara com a aquarela que tinha. Agora não tenho
nada.
Pintei o meu corpo, meu amor. Me fiz jardim da energia que
me mandou.
Eu fui o amor que o vazio transbordou.
Sinta-me. Viva-me.
Sinta vida. Seja realidade.
Quis ser o infinito. Quis explorar sua carne.
Quis me sentir na sintonia da sua volta.
Da sua vida. Da sua felicidade.
Absorva-me. Aproveite o vazio para entrar.
Somos coletivos. Somos ar. Somos mar.
Quero mostrar que não precisamos respirar.
Nossos corpos combinam-se melhor por esse olhar.
Eu quis ser flor, ser leve,
Ser gotícula de realidade e fresta do luar.
Mas eu não tenho nada.
Eu quis sentir uma dose de verdade, um gole de ambiguidades
e tragos de tranquilidades.
Eu quis fazer do céu a minha cama, ser a minha altura,
fazer-me concretude de imaginações.
Quis ser além de sangue uma aura cheia,
Mas o infinito talvez seja o nada
Mas meu querer talvez não seja nada.
Beba-me. Não tenho massa. Sou efeito do vazio ultrapassado.
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