Podem me tirar tudo que tenho

Obrigada pela foto e pela triste inspiração, A.

   Sem espaço para amor, sem espaço para aproximação, sem espaço para a amizade existente. Tento por frestas de um casaréu que se fechou, tento por janelas que há pouco se emperraram. Existem sorrisos sinceros nos vãos entre a chave e a fechadura, só que o tempo de abraço se esgotou.
   Um ligeiro ninho de teia se formou com os desgastes dos erros, das grosserias agora não suportadas, e com a ausência no lar. Uma crosta de poeira seca impede a abertura. Ela já saiu, não precisa deste lar, arrumou abrigo. A alma nossa nas músicas se perdeu; nosso tempo se perdeu.               Amores guardados. Afetos guardados. Ardores em cinzas: a necessidade se extinguiu.
Você ainda é parte das pessoas que preciso, das almas nos potinhos. Você é uma porta para reaproximações. É lógico que a culpa foi em partes minhas, e só por não demonstrar tudo aquilo que sentia. Que ainda sinto. Só quero reviver as luzes claras que atravessam estas frestas, de carinho, já tentei  acolher e deixar na cara que sempre terei afetos por você. Mas ainda é uma porta fechada e portas fechadas doem. Machucam.
Que as frestas cedam,
     Que a amizade acorde,
        que o eterno volte ao lugar apropriado (é permitido mudanças) e
            que não existam portas fechadas em mim, pois preciso acolher casaréus, preciso  da imensidão de um perdão.

ESTA PORTA FECHADA DÓI MAIS.


Comentários

  1. Parabéns pelo texto, me senti compreendida.... O que você escreveu é tudo o que eu sinto! Virarei leitora assídua do blog. Abraços!

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